Esse nome, que hoje é exaltado por coxinhas Brasil afora, não traz,
em si, nenhuma importância: o Deltan Dallagnol de hoje poderia se chamar
José, Pedro ou Afonso – foi o conjunto de uma imprensa e uma formação
golpista que o fizeram ser retratado como herói.
Deltan Dallagnol é o coordenador da Operação Lava-Jato, um dos
pilares do golpe no Brasil. Recentemente, Dallagnol chamou bastante
atenção por fazer uma apresentação ridícula em que qualificava Lula como
um dos maiores mafiosos da História. Será justamente com a acusação de
Dellagnol que os golpistas investirão fortemente para prender o
ex-presidente.
Dallagnol também é bastante conhecido por sua ferrenha defesa do
documento reacionário chamado “10 medidas contra a corrupção”. Com um
discurso moralista que, na verdade, disfarça uma intenção fascista, o
procurador tem recebido todo o espaço na imprensa golpista para falar
sobre o combate à corrupção.
O papel da imprensa na formação do “herói” é bastante intenso e
visível: diariamente, a Operação Lava-Jato é elogiada (e, por tabela, os
elogios acabam atingindo também Dallagnol). Além disso, as contradições
da operação não são expostas, dando a entender que ela é perfeitamente
legal.
Não bastasse a Lava-Jato ser apresentada como uma maravilha, seu
coordenador é apresentado como dono de uma vida pessoal admirável. Um fã
do procurador escreveu: “com este diploma ele poderia ter ganho
fortunas em qualquer escritório de advocacia americano, mas preferiu
servir nosso país”.
Mas não são só a imprensa golpista e os admiradores coxinhas que
promovem Dallagnol como herói: ele mesmo faz questão de fazê-lo, dizendo
que vive apenas para a Lava-Jato e a família, que estava sem comer ou
dormir direito por causa do trabalho e que é um pai e marido apaixonado.
Nesta semana, o Zero Hora publicou a matéria mais tendenciosa de
todas, de nome “Religioso, surfista e chefe da Lava-Jato: quem é Delton
Dallagnol”. Com um título tão bizarro quanto “Bela, recatada e do lar”, a
matéria tem o mesmo teor conservador – tanto do ponto de vista da moral
quanto da política – e se dedica basicamente a elogiar o golpista.
O próprio Dallagnol já admitiu, no Programa do Jô, ser um fracassado:
suas investigações nunca resultavam em prisões. Desta vez, contudo,
embora seu trabalho seja desprezível, seu sonho está perto de se
realizar, uma vez que conta com o apoio da burguesia.
Como todo direitista, Dallagnol se esconde através da máscara da
imparcialidade: “O que a gente produz é um conhecimento técnico,
imparcial e apartidário. A politização do discurso só prejudica a nossa
atuação”. Contudo, na mesma fala, ele mostra que tem lado, o da
repressão e da perseguição: “Essa disputa só tem um lado certo, que é o
lado da justiça e da sociedade”.
fonte: http://causaoperaria.org.br/
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