Quem é Deltan Dallagnol?

22 de setembro de 2016

Esse nome, que hoje é exaltado por coxinhas Brasil afora, não traz, em si, nenhuma importância: o Deltan Dallagnol de hoje poderia se chamar José, Pedro ou Afonso – foi o conjunto de uma imprensa e uma formação golpista que o fizeram ser retratado como herói.


Deltan Dallagnol é o coordenador da Operação Lava-Jato, um dos pilares do golpe no Brasil. Recentemente, Dallagnol chamou bastante atenção por fazer uma apresentação ridícula em que qualificava Lula como um dos maiores mafiosos da História. Será justamente com a acusação de Dellagnol que os golpistas investirão fortemente para prender o ex-presidente.


Dallagnol também é bastante conhecido por sua ferrenha defesa do documento reacionário chamado “10 medidas contra a corrupção”. Com um discurso moralista que, na verdade, disfarça uma intenção fascista, o procurador tem recebido todo o espaço na imprensa golpista para falar sobre o combate à corrupção.


O papel da imprensa na formação do “herói” é bastante intenso e visível: diariamente, a Operação Lava-Jato é elogiada (e, por tabela, os elogios acabam atingindo também Dallagnol). Além disso, as contradições da operação não são expostas, dando a entender que ela é perfeitamente legal.


Não bastasse a Lava-Jato ser apresentada como uma maravilha, seu coordenador é apresentado como dono de uma vida pessoal admirável. Um fã do procurador escreveu: “com este diploma ele poderia ter ganho fortunas em qualquer escritório de advocacia americano, mas preferiu servir nosso país”.


Mas não são só a imprensa golpista e os admiradores coxinhas que promovem Dallagnol como herói: ele mesmo faz questão de fazê-lo, dizendo que vive apenas para a Lava-Jato e a família, que estava sem comer ou dormir direito por causa do trabalho e que é um pai e marido apaixonado.


Nesta semana, o Zero Hora publicou a matéria mais tendenciosa de todas, de nome “Religioso, surfista e chefe da Lava-Jato: quem é Delton Dallagnol”. Com um título tão bizarro quanto “Bela, recatada e do lar”, a matéria tem o mesmo teor conservador – tanto do ponto de vista da moral quanto da política – e se dedica basicamente a elogiar o golpista.


O próprio Dallagnol já admitiu, no Programa do Jô, ser um fracassado: suas investigações nunca resultavam em prisões. Desta vez, contudo, embora seu trabalho seja desprezível, seu sonho está perto de se realizar, uma vez que conta com o apoio da burguesia.


Como todo direitista, Dallagnol se esconde através da máscara da imparcialidade: “O que a gente produz é um conhecimento técnico, imparcial e apartidário. A politização do discurso só prejudica a nossa atuação”. Contudo, na mesma fala, ele mostra que tem lado, o da repressão e da perseguição: “Essa disputa só tem um lado certo, que é o lado da justiça e da sociedade”.

fonte: http://causaoperaria.org.br/


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