A chance de que o corpo celeste atinja a Terra daqui a 150 anos é de 1 em 2.500 - bastante remota, portanto. Em setembro, a Nasa envia missão para estudá-lo
Ele é uma rocha de 492 metros de diâmetro e, a cada seis anos, cruza a
órbita do nosso planeta. Segundo cálculos dos astrônomos, o asteroide
Bennu tem 1 chance em 2.500 de colidir com a Terra no século XXII, em
2135. Ou seja, é muito remota a possibilidade de que esse seja o
asteroide responsável pelo fim do mundo, como alguns o têm chamado. Mas a
colisão, pouco possível, é uma das razões por que a Nasa está enviando a
sonda OSIRIS-Rex, no início de setembro, até ele. É a primeira missão
espacial da Nasa que irá visitar um asteroide, colher amostras e voltar
para a Terra.
Descoberto pelos cientistas em 1999, Bennu nasceu de uma violenta
colisão entre asteroides e testemunhou o surgimento do sistema solar, há
aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Por isso, os astrônomos acreditam
que ele possa oferecer algumas respostas para questões centrais sobre a
Terra (de onde viemos e para onde vamos). A missão, que parte em 8 de
setembro de Cabo Canaveral, na Flórida, e deve chegar ao asteroide em
2018, voltará cinco anos depois carregada de informações sobre o corpo
celeste.
“As experiências vividas por Bennu vão nos dizer mais sobre as
origens do nosso sistema solar e como ele evoluiu. Como detetives, vamos
examinar as evidências trazidas para compreender melhor nossas
origens”, afirmou Edward Bershore, da Universidade do Arizona, um dos
principais pesquisadores da missão, em comunicado.
Além disso, os asteroides podem conter os precursores moleculares
para a origem da vida e oceanos da Terra. Algumas teorias acreditam que o
choque de asteroides com o planeta pode ter contribuído para formar os
primeiros seres vivos e ou a água de nosso planeta.
Asteroide do fim do mundo
As grandes dimensões e composição do asteroide, junto com a órbita
perigosa, fizeram com que ele fosse escolhido como o alvo da nova
missão. Bennu é considerado um objeto próximo da Terra (NEO, na sigla em
inglês). Daqui a 150 anos, a Nasa acredita que existam chances mínimas
de que, ao passar entre a Terra e a Lua, o asteroide possa ter sua rota
alterada graças à força exercida por ambos corpos – e, assim, ser
empurrado em direção a nosso planeta. O choque teria a potência de
80.000 bombas de Hiroshima. Mas também há chances de que ele
seja enviado para longe da Terra devido à interação com os planetas do
sistema solar e seus satélites.
A missão poderia fornecer pistas de como evitar um possível impacto. O
Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, é bastante preciso na
observação e manutenção da órbita de objetos próximos da Terra – com
ajuda internacional, ele consegue identificar e mapear a rota de 95% dos
corpos celestes que podem colidir com o planeta. Assim, além de
determinar com exatidão as propriedades físicas e químicas do asteroide,
a missão OSIRIS-Rex também ajudará os cientistas a desenvolverem
estratégias para evitar um possível impacto do asteroide com o nosso
planeta no futuro.
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